segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Santiago vai na couve



fonte:grafar

4 comentários:

Anônimo disse...

Adoro o trabalho do Santiago, mas ele está completamente equivocado nesta série de charges contra o eucalipto. Entendo que ele tem de ficar do lado da turma do contra, mas está pisando na bola feio, porque as informações que ele ironiza nas charges são totalmente inverídicas. Peca pelo desconhecimento.

Marcos Todt disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcos Todt disse...

Seria interessante se o amigo, ou a amiga, esclarece que informações utilizadas na charge são inverídicas.
Fica evidente que Santiago ironiza a mudança de paisagem que está ocorrendo em nosso estado.
Em entrevista para o jornal João de Barro, edição de maio/2007, o biólogo Paulo Brack, mestre em botânica e doutor em ecologia e recursos naturais, afirma que o bioma pampa já perdeu 50% de seus campos nativos originalmente usados para pecuária.
Mas é evidente que a mudança de paisagem está longe de ser o maior dos problemas. Se a pecuária tem seus problemas, a monocultura de eucalipto, assim como qualquer outro tipo de monocultura, não é solução, pois vai em direção contrária à biodiversidade, condição necessária para a estabilidade de um ecossistema.
O chamado "deserto verde' acarreta, dentre outros problemas, concentração das terras, aumento das secas, elevação da temperatura e destruição do bioma pampa.
Podemos, respeitosamente, aprofundar o debate.

Anônimo disse...

Caro Marcos Todt,
O Santiago, de quem sempre fui e continuo fã, seja pelo talento gráfico ou pela postura política de críticas aos políticos que nos vampirizam, não avalia a a dimensão espacial dos eucaliptias para fazer a crítica. As novas plantações de eucaliptos vão ocupar cerca de 300 mil hectares espalhados em mais de 50 municípios ao longo do Pampa, que tem cerca de 15 milhões de hectares. Quer dizer, eucaliptos ocupando 1,5% do Pampa não vai acabar com as paisagens. Também porque já tive contato com as empresas e vi que eles tês preocupação em preservar áreas e paisagens de valor cultural.
Ninguém critica os 5 milhões de soja plantados, sem respeito a APPs e reserva legal. Ninguém se incomoda com 1 milhão de ha de arroz, drenando rios e usando grande quantidade de produtos químicos, que derivam para os corpos d´água sem nenhum cuidado. Os rios do Pampa estão estrangulados de tanta areia, muito provocada pela erosão, que tem no manejo do gado um grande potencializador.
O Pampa tem hoje, segundo recente estudo do Instituto Hórus, 2 milhões de hectares infestados com capim annoni. Ninguém fala e não se preocupa com isso.
Os grande plantadores de eucalipto destinam a mesma área para plantios e para APPs e Reserva Legal. Isso a ministra Marina Silva reconhece, dizendo que é o único setor do Brasil a fazer isso. Então a biodiversidade vai ganhar mais do que perder. Afinal, quem tem dinheiro para proteger áreas? O governo do Estado, a UFRGS? Não sejamos inocentes, é a iniciativa privada que pode dar proteção efetiva. Cabe ao movimento ambiental assumir postura de crítica construtiva, de exigir o cumprimento disso e sugerir ações. Ocorre que esse movimento se uniu ao MST, notório protetor da natureza, se é que entende a ironia e perdeu o prumo.
O deserto verde é uma figura de linguagem bonita, criada para impressionar, mas não tem o menor respaldo científico. É como ouvi vários amigos ambientalistas dizerem que "ninguém come eucalipto". Ok, não come, mas limpa o fiofó com o quê? Ou prefere que se fabrique papel higiênico com mogno ou caneleira?
Ora, se planta-se um ha com eucalipto e preserva-se outro, com corredores ecológicos para fluxo gênico, há um ganho de biodiversidade. Sugiro que se olhe os Estudos de Impacto AMbiental feitos pelas papeleiras. Nunca na história deste país se estudou tanto o Pampa. As papeleiras descobriram espécies não catalogadas de animais e vegetais. Está tudo lá na Fepam, para quem quiser ver, assinado por profissionais com registro em órgãos de classe e responsabilidade. No entanto, muita gente séria e preocupada com nosso ambiente prefere ouvir e se tomar posição a partir de refrões de luta do MST ou discursos xenófobos de gente que passou a vida estudando crustáceos e agora irrompe como especialista em celulose e eucalipto. Precisamos de coerência. Precisamos de muitos que sabem muito, e não de poucos que conhecem nada. Um abraço do ZeMario