quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Greve dos professores

Reproduzo abaixo texto (dos mais lúcidos sobre o tema) do dirigente sindical e militante do PT de Santa Rosa, Paulo Schmidt.


O CPERS sindicato quer o piso já, ou pelo menos, que se apresente um Calendário se compromentendo com ele (uma espécie de fatura). Apenas 4 ou 6 estados não pagam o piso e o RS é um deles. Quer ampliar o debate sobre a política de governo de "reestruturação do ensino médio". E discorda da proposta de avaliação de professores e pede o pagamento imediato das promoções atrasadas. São pautas legítimas, construídas pelo espírito sindical.

O governo Tarso se elegeu conversando com a população. A sistemática da campanha consistiu em ouvir as representações da população em seus mais diversos setores de atuação para conhecer as suas realidades e reivindicações políticas, porque a idéia do programa de governo era conhecer para poder desenvolver, ou seja: idéias para o RS crescer. A educação foi um dos temas, assim como foi a segurança, a saúde, a infra estrutura, a habitação, etc. O governo prometeu investir R$ 16 bilhões no desenvolvimento do estado. Agora, o governo Tarso quer continuar ouvindo a população. É um governo legítimo, construído por uma proposta eleitoral.

Um Governo não representa apenas um partido político. Nem tampouco, representa apenas uma categoria de trabalhadores (as). Reconhecidamente por todos, o foco ou a tônica do debate eleitoral era que o RS precisava caminhar "par e passo" ou "lado-a-lado" do desenvolvimento economico do Brasil para poder garantir as políticas públicas necessárias e com a qualidade de um estado que precisa se desenvolver.

Para se conseguir avançar na melhoria dos salários de professores e policiais, só para citar duas categorias de servidores públicos, o RS precisa melhorar sua saúde financeira e equilibrar as suas contas. Os trabalhadores não podem ficar, eternamente, reféns da insensatez política que privilegia o capital em detrimento do trabalho e da ação política. Nessa ordem se pede menos isenções fiscais e mais investimentos públicos. A organização administrativa e tributária do estado gaúcho requer pensar todos os setores, ao mesmo tempo, para garantir equilíbrio nas ações políticas, obviamente, com carinho especial para quem sempre foi o mais prejudicado em outras oportunidades. É por isso que quando os trabalhadores ajudam a eleger um governo também passam a acreditar que lhes chegou a hora. Mas na política, verificamos que a hora de uns não é o mesmo tempo de outros.

E nessa ordem, encontram-se de um lado, governo pedindo prazo mais alongado para cumprimento das pautas reinvindicatórias e de outro, as categorias profissionais exigindo pontualidade e celeridade.

Está lançado o desafio. Nesse terreno, a luta pode transformar "velhos companheiros" em inimigos políticos, e o reflexo dos desdobramentos desta batalha também poderá resultar em feridas profundas e de difícil cicatrização. (Governo Olívio e Movimentos). Nesta situação, evidentemente, toma-se partido. Temos que dialogar, enquanto partido, sindicalistas e correntes políticas. Pelo diálogo, nos orientamos e assumimos nossas ações.

Não se derrota uma greve. Limita-se o seu tempo. Está nas mãos do governo findá-la ou dar-lhe vida. Começou fraca, assim como iniciou a greve dos bancários. Está ganhando corpo e quanto mais se alimenta de especulações, discursos e confrontações, mais forte fica. Os banqueiros também jogaram com a população. Disseram que o movimento rompeu com as negociações e iniciou uma greve sem terminar as conversas. Faz parte da estratégia de capitaneação da sociedade em favor de um ou de outrem. Neste ponto temos que entender que o governo é o patrão e utiliza os mesmos mecanismos patronais para persuadir os trabalhadores não aderirem à greve.

É minha opinião, e nesta, não existe centralismo nenhum.

sábado, 2 de outubro de 2010

"O novo jeito de governar"


Novamente se mostra a verdadeira face do "novo jeito de governar" da Yeda.

Lembrando que há dois anos bancários e bancárias foram agredid@s pela BM:

quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Animais

Tratamento dado pela BM aos trabalhadores bancários esta manhã na Pça da Alfândega (POA).
Há quem diga que o diabo estava presente. Isso eu não sei, mas o Cel Mendes o representou muito bem: fez questão de estar lá em carne, osso e covardia.
Bancários e bancárias foram ferid@s.

Fotos de Caco Argemi

sexta-feira, 19 de março de 2010

Cuba

Interessante artigo que não pode ser lido quase em lugar nenhum...

Omissões, meias verdades e mentiras inteiras (15/03/2010)
Lúcio Costa*

A grande mídia tem se dedicado a manifestar indignação devido à morte do preso cubano Orlando Zapata Tamayo. Ao tratar do caso, o noticiário tinha como base omissões, meias verdades e mentiras completas feitos na medida para ocultar quem de fato era o Sr. Tamayo, as atitudes do governo cubano frente à greve de fome, bem como as manifestações de Cuba posteriormente ao seu falecimento.
Lúcio Costa *

Tamayo tinha um largo histórico criminal, tendo sido detido inúmeras vezes por delitos comuns: em 1993, por violação de domicílio; em 2000, por lesões corporais leves e estelionato; em 2002, por violação da ordem pública. Em 09 de março de 2003, foi solto sob fiança, no entanto, no dia 20 do mesmo mês voltou a delinquir, sendo novamente preso. Nessa oportunidade, foi condenado a três anos de prisão. Na prisão, em função de sua conduta agressiva, teve seu período de detenção ampliado.

Em dezembro de 2009, declara-se em greve de fome. Em que pese sua resistência a receber assistência médica, foi inicialmente atendido na unidade médica da penitenciária em que se encontrava, e posteriormente foi transferido para o Hospital Provincial de Camaguey e, finalmente, para o Hospital Nacional de Reclusos de La Habana.

Fato sistematicamente negado pela cobertura jornalística dos meios de comunicação de massa, o Sr. Tamayo recebeu toda a assistência médica necessária, incluída aí administração de alimentação por via parenteral e enteral e internação em UTI. No entanto, devido ao comprometimento de sua capacidade respiratória, veio a falecer em 23 de fevereiro.

Depois do falecimento, o presidente cubano Raul Castro declarou que “lamentava muito” o falecimento de Tamayo e situou essa morte no contexto do confronto marcado pelas ações dos Estados Unidos contra Cuba. Segundo Raul, “nesse confronto, temos perdido milhares de cubanos, sobretudo vítimas do terrorismo de Estado. Os mortos e mutilados são em torno de cinco mil”.

Na esteira de uma potente campanha de mídia desatada contra Cuba quando da morte de Tamayo, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução condenando Cuba pelo episódio, e em inúmeros países tem-se assistido ações com idêntico sentido.

O Ministro das Relações Exteriores da República de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, na sessão do Conselho de Direitos Humanos, celebrada em Genebra no dia 3 de março de 2010, declarou que “uma nova escalada subversiva, com ampla cobertura da mídia, foi lançada contra Cuba. Não respeita princípio ético algum. Pretendem apresentar mercenários como patriotas, agentes remunerados pelo governo dos EUA em território cubano como dissidentes”. ... Como expressou o presidente cubano, Raúl Castro Ruz, foi um fato lamentável. Ele foi outra vítima da política subversiva dos Estados Unidos contra Cuba”.

Depois de recordar os 400 mil mortos que as ditaduras militares e os esquadrões da morte de ultra-direita provocaram ao longo das últimas décadas na América Latina, o diplomata cubano registrou que “desde que a Revolução Cubana triunfou em 1959, em Cuba, jamais houve um só caso de assassinato, tortura ou execução extrajudicial; jamais houve um "esquadrão da morte" nem uma Operação Condor"

Expressando uma opinião que não se prostra diante dos interesses norte-americanos, nem fica de joelhos perante a grande mídia, o Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim – indo à raiz dos problemas – declarou que o fim do embargo comercial capitaneado pelos Estados Unidos é a forma de acabar com episódios como a greve fome. "A receita é muito simples: acabar com o embargo", afirmou Amorim.

Dessa forma, acompanhando a opinião do Ministro Amorim, torna-se nítido que a solução da chamada “questão cubana” tem seu centro numa postura radicalmente democrática: o respeito à autodeterminação do povo cubano; o reconhecimento da legitimidade do governo e do sistema político cubano e; o fim do bloqueio econômico e do terrorismo de estado norte-americano contra Cuba.

* Lúcio Costa é membro da executiva estadual do PT-RS e colaborador do site Democracia Socialista.

Leia abaixo o discurso do discurso do Ministro das Relações Exteriores da República de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, no Conselho de Direitos Humanos.

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O CASO TAMAYO: UM NOVO ATAQUE DA DIREITA A CUBA

Discurso do Ministro das Relações Exteriores da República de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, no Conselho de Direitos Humanos, Genebra, 3 de março de 2010

Senhor Presidente:

Foram necessários 60 milhões de mortos na II Guerra Mundial, para desenvolver o conceito de direitos humanos, particularmente do direito à vida e à dignidade humana.

Muito temos adiantado no desenvolvimento conceitual dos direitos humanos e muito pouco em garantir seu exercício.

O tema virou um dos pilares fundamentais das Nações Unidas, junto ao desenvolvimento, a paz e a segurança internacionais. Contudo, é a área mais prejudicada por causa da manipulação ideológica, da hipocrisia política e da dupla moral dos países industrializados.

Aqueles que pretendem ser guardiães dos direitos humanos, e tentam questionar outros, são precisamente os responsáveis diretos pelas mais graves, sistemáticas e flagrantes violações dos direitos humanos, sobretudo do direito à vida.

São os autores do sistema colonial que serviu para espoliar os países do Sul e condená-los ao subdesenvolvimento. São os responsáveis pela ordem econômica internacional atual que silenciosamente assassina dezenas de milhões de seres humanos, vítimas da fome, da pobreza e das doenças previsíveis e curáveis. São os que impõem as modernas guerras de conquista que causam milhões de mortos, geralmente civis, assombrosamente chamados "danos colaterais".

Também são os beneficiários do pensamento único, dos modelos exclusivos, dos valores excludentes, da guerra midiática, da construção de verdades imanentes, da subcultura da publicidade comercial, da imposição de reflexos condicionados, da imprensa estabelecida, mendaz, dócil e embrutecedora que justifica ou dissimula o massacre.

A manipulação do terrorismo serviu aos Estados Unidos e seus aliados europeus para lançar as guerras de dominação e conquista dos recursos energéticos no Iraque e no Afeganistão, causando a morte de milhões de vidas humanas. Também serviu para justificar as desaparições forçadas, as torturas, os cárceres secretos e centros de detenção onde não se reconhece o Direito Internacional Humanitário nem a condição de seres humanos. Foi o pretexto para "leis patrióticas" como as que acaba de prorrogar o governo norte-americano, que destroem liberdades e garantias conquistadas pelo movimento a favor dos direitos civis em lutas que demoraram séculos.

Quem vai responder pelas atrocidades cometidas em Abu Ghraib, Bagram, Guantánamo e em outros centros de tortura e morte? Quando serão julgados os responsáveis para pôr fim à impunidade?

O vice-chanceler da Suécia fez um discurso curioso e arrogante, com opiniões críticas sobre nove países. Contudo, não disse uma palavra sobre a cumplicidade do governo sueco com os voos secretos que fizeram escala no seu território levando pessoas sequestradas. Esperamos que algum dia conclua sua prolongada investigação a respeito e informe sobre seu resultado a este Conselho.

Quem vai responder nos países europeus pelos voos secretos, pelos cárceres clandestinos nos seus territórios e pela participação nos atos de tortura?.

O que tem acontecido na Palestina durante anos constitui um verdadeiro genocídio. Milhares de palestinos morreram por causa dos ataques militares indiscriminados e de ferrenhos cercos e bloqueios que os privam dos mais elementares meios de sobrevivência.

As ditaduras militares na América Latina, impostas e mantidas pelos Estados Unidos durante décadas, assassinaram 400 mil pessoas. Somente em Cuba provocaram 20 mil mortos.

O direito à vida é constantemente violado no mundo. A existência mesma da espécie humana está seriamente ameaçada pela mudança climática, pela qual são responsáveis histórica e atualmente os mesmos que desatam e levam às guerras de conquista. A vergonhosa reunião de Copenhague, com suas práticas fraudulentas e excludentes, foi um ato contra o direito da humanidade à vida e à sobrevivência.

Sr. Presidente:

Por meio século, Cuba tem sido vítima de agressões norte-americanas e de ações terroristas. O saldo foi de 5.577 cubanos mortos ou mutilados.

Os autores da sabotagem no ar de um avião da Cubana de Aviação em 1976 gozam de impunidade ao abrigo do governo dos Estados Unidos. Uma epidemia de dengue, resultante de guerra bacteriológica, matou 101 crianças cubanas. Numa cadeia de atentados à bomba em Havana, em 1997, perdeu a vida um jovem italiano.

A chamada Lei de Ajuste Cubano e a política de "pés secos-pés molhados" instam à emigração ilegal, cobrando vidas humanas.

O bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba é um ato de genocídio, especificado nas alíneas b) e c) do Artigo no. 2 da Convenção contra o Crime de Genocídio e uma violação em massa, flagrante e sistemática dos direitos humanos.

A política dos Estados Unidos contra Cuba, que o governo do presidente Obama não mudou, custa vidas ao povo cubano.

Uma nova escalada subversiva, com ampla cobertura da mídia, foi lançada contra Cuba. Não respeita princípio ético algum. Pretendem apresentar mercenários como patriotas, agentes remunerados pelo governo dos EUA em território cubano como dissidentes.

A poderosa maquinaria do império não hesita em utilizar um prisioneiro reincidente e sancionado num devido processo por crime comum, e depois recluído em prisão, para apresentá-lo como lutador pelos direitos humanos. Para obter espúrios benefícios políticos, foi levado à morte, apesar dos esforços esmerados dos médicos para salvá-lo. Como expressou o presidente cubano, Raúl Castro Ruz, foi um fato lamentável. Ele foi outra vítima da política subversiva dos Estados Unidos contra Cuba.

Desde que a Revolução Cubana triunfou em 1959, em Cuba jamais houve um só caso de assassinato, tortura ou execução extrajudicial; jamais houve um "esquadrão da morte" nem uma Operação Condor". Cuba tem uma trajetória exemplar e limpa quanto à proteção do direito à vida, inclusive, mediante cooperação altruísta, além de suas fronteiras.

Sr. Presidente:

Tivesse gostado me referir a aspectos concretos do sério trabalho que realiza este Conselho, tratar do assunto da revisão deste órgão, que deverá ter lugar no ano próximo, para denunciar as tentativas de submetê-lo, modificar sua composição e seus procedimentos, para lhe impor interesses políticos. Tivesse gostado me referir ao mecanismo de Exame Periódico Universal, que já demonstrou sua utilidade, apesar de suas imperfeições e da falta de autocrítica dos poderosos já evidenciadas. Tivesse gostado defender o Conselho e salientar a importância de preservá-lo isento de politização, discriminação, selectividade e dupla moral.

Posso garantir que Cuba continuará contribuindo com seu esforço e dedicação para que o Conselho de Direitos Humanos mantenha seu caminho independente e se consolide a cooperação como verdadeira via para a promoção e proteção dos direitos humanos no mundo.

Devo proclamar, em nome do povo heroico e nobre de Cuba, que nenhuma campanha vai nos afastar de nossos ideais de independência e liberdade.

Muito obrigado.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Boaventura: "O impacto do movimento do FSM foi muito superior ao que se imagina"



Um dos grandes pensadores da atualidade, o sociólogo português Boaventura de Souza Santos concedeu entrevista exclusiva ao Jornal João de Barro. O PDF do jornal estará disponivel nos próximos dias no site da APCEF/RS. A entrevista é longa mas nem cogitamos em não colocá-la na íntegra. Boaventura fala da necessidade de o "espírito de Porto Alegre" voltar a irradiar para o mundo, faz balanço dos dez anos do FSM, analisa a política atual na América Latina... Bem, boa leitura!


João de Barro: Para o senhor, qual verdadeiro significado do Fórum Social Mundial?

Boaventura de Sousa Santos: Os dois antecedentes próximos do FSM foram o levantamento Zapatista, em Chiapas, em 1º de janeiro de 1994, e os protestos de Seattle contra a Organização Mundial de Comércio (OMC) em 30 de novembro de 1999. Depois de um período brevíssimo de luta armada, o Exército Zapatista de Libertação Nacional passou a advogar formas de resistência transnacional ao neoliberalismo e de luta também transnacional por uma sociedade mais justa, recorrendo de modo muito inovador às novas tecnologias de informação. Seatlle foi um momento muito importante para a criação da consciênciade que era possível organizar globalmente a resistência ao capitalismo, usando algumas das armas (tecnologias de informação e de comunicação) que tinham estado na origem da fase mais recente do capitalismo global, a que chamamos neoliberalismo. Tornou-se assim possívelimaginar uma globalização alternativa, de orientação anti ou pós-capitalista, construída a partir dos movimentos e organizações da sociedade civil. A partir de Chiapas e de Seattle, o movimento global contra o neoliberalismo adquiriu um novo patamar de consciência coletiva com o primeiro Fórum Social Mundial realizado em Porto Alegre em janeiro de 2001. É um movimento de tipo novo que simbolicamente marca uma ruptura com as formas de organização das classes populares vigentes durante o século XX. É um movimento
muito heterogêneo em termos de base social em que, ao contrário do que se pode pensar, dominam organizações de trabalhadores, mas que não se apresentam como tal. Apresentam-se como camponeses, desempregados, indígenas, afrodescendentes, mulheres, moradores de favelas, ativistas de direitos humanos, ambientalistas, etc. O seu lema – um outro mundo é possível - revela a mesma heterogeneidade e inclusividade, o que se foi traduzindo em capacidade para articular diferentes agendas de transformação social, umas mais radicais que outras, umas mais culturais, outras mais econômicas, umas mais orientadas para a transformação do Estado, outras, para a transformação da sociedade.

JB: Quais as experiências mais importantes que o senhor viveu nestas edições do FSM?

BSS: Foram muitas e muito emocionantes. Lembro três. A primeira foi ver como o coração e a razão progressistas de Porto Alegre - levadas ao seu ponto mais alto pelas notáveis gestões do PT que eu acompanhara durante a década de 1990 - se abriam ao mundo e faziam da cidade o berço global da esperança e da luta por um mundo melhor. A segunda foi a impressionante presença de muitos milhares de dalits no FSM de Mumbai e a sua espetacular capacidade para ultrapassar a barreira da língua e nos transformar a todos em seus companheiros de luta pela igualdade e pela dignidade. A terceira foi viver intensamente o FSM de Nairobi de 2006 e o modo como os companheiros africanos venceram o preconceito (infelizmente presente dentro dos próprios órgãos do FSM) de que os africanos seriam incapazes de organizar um evento da envergadura do FSM.

JB: Qual o balanço que o senhor faz das nove edições do FSM ?

BSS: O impacto do movimento do FSM ao longo desta década foi muito superior ao que se imagina. Dou apenas alguns exemplos. A ascensão ao poder dos presidentes progressistas da América Latina não se pode entender sem o fermento de consciência continental por parte dos movimentos sociais gerado no FSM ou potenciado por ele. O bispo Fernando Lugo, hoje presidente do Paraguai, veio ao primeiro FSM de automóvel por não ter dinheiro para pagar a viagem de avião. A luta travada com êxito contra a ALCA e os tratados de livre-comércio foi gerada no FSM. Foi em função da mobilização do FSM que o Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça) mudou de retórica e de preocupações políticas (a pobreza, a importância das organizações não governamentais e dos movimentos sociais). Foi também sob a pressão das organizações do FSM especializadas na luta contra a dívida externa dos países empobrecidos pelo neoliberalismo que levou o Banco Mundial a aceitar a possibilidade de perdão dessas dívidas. O processo do FSM deu visibilidade às lutas dos povos indígenas e fortaleceu-lhes a dimensão continental e global das suas estratégias. Deu, igualmente, visibilidade às lutas das castas inferiores da Índia (os dalits), particularmente a partir do FSM realizado em Mumbai em 2005. Acima de tudo, o FSM deu credibilidade à ideia de que a democracia pode ser apropriada pelas classes populares e que os seus movimentos e organizações são tão legítimos quanto os partidos na luta pelo aprofundamento da democracia.

JB: Qual a importância das decisões do FSM para os países emergentes?

BSS: Foi no primeiro Fórum que se discutiu a importância de os países de desenvolvimento intermediário e com grandes populações - como o Brasil, a Índia, a África do Sul - se unirem como condição para que as regras de jogo do capitalismo mundial fossem alteradas. Um dos participantes nas discussões viria a ser logo depois o articulador da política externa brasileira. E os BRIC e o G-20 aí estão. O FSM teve uma importância decisiva em denunciar a hipocrisia e a injustiça da ortodoxia financeira e econômica do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e da Organização Mundial de Comércio, abrindo espaço político para comportamentos heterodoxos de que se beneficiaram, sobretudo, os países ditos emergentes.


JB: O FSM conseguiu tornar-se um contraponto ao Fórum Econômico Mundial
de Davos?

BSS: Depende do que se entender, por contraponto. Se por contraponto se entende uma presença mediática de nível equivalente ao do FEM e com orientação política oposta, o FSM não conseguiu ser contraponto nem era de esperar que o conseguisse. No início, o FSM foi uma novidade total e por isso atraiu a atenção da grande mídia. Depois o interesse midiático desvaneceu-se e em boa parte por isso foi-se criando a ideia de que o FSM estava perdendo ritmo e capacidade de atração. Se por contraponto se entende a criação de um pensamento global estruturado sobre o estado do mundo e as perspectivas futuras (tipo think tank) e de orientação política contrária à do FEM tão pouco se pode dizer que o FSM conseguiu ser um contraponto e neste caso isso se deve, em parte, a erros estratégicos que foram cometidos no interior do próprio processo do FSM. Ser contraponto significa ser contra a corrente e, tal como nadar contra a corrente é muito mais difícil do que nadar com a corrente, não seria deesperar que fosse fácil ao FSM coordenar idéias e movimentos na lutacontra a dominação capitalista. Acresce que desde o início, uma das forças do FSM (a diversidade dos movimentos e lutas que acolheu e o espírito de inclusividade com que o fez) foi também uma das suas fraquezas. Tratou-se de uma ambiguidade originária na relação entre movimentos que se opõem ao capitalismo, em geral, e movimentos que se opõem a este capitalismo predador e antirreformista (o neoliberalismo), entre movimentos que acreditam na ideia de progresso da modernidade ocidental e os que a rejeitam, entre movimentos que pensam que o racismo e o sexismo são lutas secundárias e os que se recusam a estabelecer hierarquias abstratas entre as lutas, etc. A formulação de um pensamento global pressupõe um horizonte de futuro, seja ele o “capitalismo humanista” ou anticapitalismo (que, por sua vez, pode designar-se como socialismo ou não), seja ele mais desenvolvimento ou a ideia indígena da solidariedade e da harmonia com a natureza (Sumak Kawsay dos povos andinos),
seja ele um futuro de igualdade ou um futuro de diferenças iguais. Apesar de todas estas diferenças, penso que teria sido possível formular um pensamento estruturado que precisamente as reconhecesse e articulasse. Um certo antiintelectualismo combinado com algum faccionalismo disfarçado de antifaccionalismo juntaram-se para impedir que se organizassem as muitas energias de massa crítica e propositiva existentes no interior do FSM. Desperdiçou-se, assim, muita experiência e muita reflexão. Se, finalmente, se entender por contraponto a criação de uma moldura ou formato geral para formular ideias alternativas ao pensamento dominante e credibilizar ações coletivas que o contradizem na prática, parece-me incontestável que o FSM conseguiu ser um contraponto ao FEM. Basta ter presente o modo como o FSM se multiplicou ao longo da década em centenas de Fóruns regionais, temáticos e locais. Basta ter presente a intensificação das articulações entre movimentos semelhantes em diferentes partes do mundo, como, por exemplo, entre movimentos indígenas ou entre movimentos de mulheres tornados possíveis pelo processo do FSM.

JB: Quais as perspectivas que o senhor vê para o FSM nas suas próximas edições e que deverão ser a linha orientadora a partir do FSM 10?

BSS: Antes de mais nada, não é correto imaginar transformações profundas no curto prazo em resultado da atual crise financeira, econômica, energética e ambiental, apesar de o simples acúmulo das crises ser significativo. Os movimentos e organizações do FSM têm hoje uma experiência social enorme que os faz analisar com alguma reserva todos os anúncios de crises finais do capitalismo. O capitalismo tem uma capacidade enorme de regeneração. Como vimos recentemente, os mais furiosos adeptos do neoliberalismo nem sequer pestanejarampara aceitar a mão do Estado na resolução da crise, o que por vezes envolveu nacionalizações, a palavra maldita dos últimos 30 anos. Por isso, o FSM e todas as novas formas de ativismo global que resultarem delevão aprofundar as suas agendas tendo em mente esse realismo na base do qual podem construir novos radicalismos. O balanço da década do FSM deve ser orientado para o futuro, e não para nos flagelarmos comanálises críticas do passado. Em meu entender, as perspectivas de futuro deveriam alinhar-se pelas seguintes ideias:

1- A mundialização real do FSM.Em retrospecto, o FSM da última década foi, sobretudo, um Fórum Social Latinoamericano. Foi neste continente que a ideia do FSM cativou verdadeiramente a imaginação dos movimentos sociais e se transformou numa fonte autônoma de energia contra a opressão e a dominação. Essa fertilização do inconformismo teve repercussões muito para além do FSM, nos processos políticos que tiveram lugar em muitos países do continente. Em nenhum outro continente temos hoje um conjunto tão vasto de países com governos progressistas e com formas tão intensas de articulação política entre eles apesar das muitas diferenças que os separam. Está a emergir uma consciência continental, mais de um século depois de o grande José Marti a ter preconizado como Nuestra América. É uma consciência difusa, mas tem como ideias centrais a recusa militante da ideia imperial da América Latina como quintal dos EUA e a reivindicação de formas de cooperação econômica e política que se pautam por princípios de solidariedadee reciprocidade, alternativos aos que subjazem aos tratados de livre-comércio. E esta consciência, longe de ser um monopólio de estadistas, está hoje presente nas fortes articulações continentais entre movimentos sociais e começa a germinar nas identidades dos cidadãos do continente. É disso sinal a criação da cidadania latino-americana proposta pela nova Constituição do Equador. Nada disto ocorre em outros continentes e é mesmo problemático se a unidade “continente” vale da mesma maneira em todos os casos. Na África há um forte movimento de integração regional, mas a sua orientação política é, por enquanto, uma incógnita. Acresce que os movimentos sociais e as organizações africanas estão muito distantes deste processo. É, por isso, de salientar a importância de o próximo FSM se realizar em Dakar. Apesar de algumas das melhores reflexões sobre a globalização alternativa ser originária da Ásia, o processo do FSM só teve alguma implantação na Índia e mesmo aí teve dificuldade em autonomizar-se em relação às identidades partidárias. A Europa, hoje dominada por governos conservadores, tem um forte projeto de integração regional que mais e mais se afasta dos cidadãos e das organizações sociais. Esta derivação autoritária contribuiu para a marginalização da Europa na recente Conferência da ONU sobre a mudança climática realizada em Copenhague em dezembro passado. Finalmente, os movimentos e organizações do subcontinente da América do Norte nunca souberam ou quiseram trazer o FSM para casa apesar de contribuírem para o processo do FSM noutros espaços. O primeiro FSM nos Estados Unidos só se realizou em 2007 e é grande a expectativa a respeito do próximo que se realizará de 22 a 26 de junho deste ano em Detroit. Para ser sustentável na década que agora entra, o FSM tem de fazer um esforço enorme – através dos movimentos e organizações que já o integram - no sentido de densificar a sua presença nos diferentes continentes. A África, a Ásia e a Europa parecem-me ser as grandes prioridades. Não vai serfácil, não só porque o FSM reflete internamente as desigualdades sociais do mundo (as desigualdades entre as capacidades organizativas contra a opressão e a dominação das diferentes regiões do mundo), como também porque o imperialismo encontrou no pretexto da luta contra o terrorismo novas armas para impedir a organização, a privacidade, a mobilização e a mobilidade dos ativistas militantes contra a injustiça social e por um outro mundo possível.

2- Democracia interna e deliberação política. Algumas vozes críticas do processo do FSM têm levantado freqüentemente a questão da democracia interna da estrutura organizativa do FSM.
Francamente, nunca pensei que esse fosse um problema sério, tendo em vista o insanável problema da representatividade dos movimentos e organizações que decidiram integrar o FSM. Aliás, ao longo dos anos fui observando as muitas iniciativas tomadas, sobretudo ao nível do Conselho Internacional, para acolher as propostas no sentido de aumentar a democraticidade interna. Por isso, quando falo de democracia interna e deliberação política, tenho em mente outro problema: o não se aproveitar a rede dos movimentos e organizações que integram o FSM e as reuniões mundiais, regionais, nacionais e locais para fazer exercícios de democracia participativa, referendária, consultiva ou deliberativa, sobre grandes questões que afetam o mundo, sobre propostas de reflexão e de ação que mobilizam os movimentos e sobre as quais há diferentes opiniões. Confesso que, sem grande sucesso, tenho vindo a propor tais exercícios como embriões de processos deliberativos que amanhã podem estar na origem de ações coletivas de âmbito global que, pela sua envergadura e pelo
seu impacto, tornem o FSM mais relevante para os próprios movimentos e organizações que o integram e dêem aos militantes um novo sentido e uma nova utilidade à pertença ao FSM. Penso que um dos desafios do FSM vai ser o de dar mais conteúdo político à sua existência e este objetivo, na lógica do próprio FSM, só pode realizar-se por formas de democracia radical, representativa pela qualidade do envolvimento, e não pela quantidade das bases estatísticas, que abranja os militantes de base, e não apenas as cúpulas ou lideranças que freqüentam as reuniões do FSM. Será também uma forma de dar mais espaço político a movimentos e organizações assentes na militância de base em detrimento das organizações sem membros, por vezes bem financiadas, com agendas pouco transparentes e com prestações de contas orientadas para os doadores/ financiadores, e não para os públicos que dizem servir. Esse novo conteúdo político deverá abranger duas áreas principais que menciono a seguir.

3- Pensamento solidamente crítico e propositivo. O FSM não é sustentável na década que agora se inicia se a sua voz, mesmo que plural, não se ouvir sobre os problemas que afligem o mundo. Essa voz tem de se ouvir antes de mais junto dos militantes dos movimentos e organizações que o integram, mas deve ouvir-se também junto da opinião pública.Este desafio desdobra-se em dois.Por um lado, vai ser necessário imaginar redes de movimentos e organizações com suficiente massa crítica para dar resposta a questões e temas concretos cuja análise seja recomendada pelos mecanismos de democracia participativa que referi. Não
se compreende, por exemplo, que o FSM não tenha tido uma voz (ou mesmo umconjunto de vozes estruturadas) sobre a reforma da ONU, sobre a mudança climáticaou sobre a guerra infinita contra o terrorismo que amanhã será uma guerra contra todos nós que nos inconformamos ativamente ante as injustiças instaladas. O segundo desafio é o da comunicação e informação num contexto em que as grandes mídias se tornaram em todo o
mundo o grande partido da oposição conservadora e, muitas vezes, antidemocrática. Promover as mídias alternativas e densificar as redes entre elas vai ser uma das grandes prioridades da década.

4- Ações coletivas e novas internacionais. Os mesmos processos de democracia participativa vão ter de ser utilizados para decidir tipos de ação coletiva que, à falta de melhor nome, poderíamos chamar de guerrilha pacífica, sincronizada e multissituada tendo o mundo como o horizonte das formas locais e nacionais e regionais de intervenção. Em seu conjunto, tal estratégia visará a tornar o mundo menos confortável para a dominação capitalista, colonial, exista e antiambiental. Mas como já aconteceu na década passada, a relevância do FSM vai se revelar em iniciativas que não têm diretamente a ver com o FSM, mas que seriam impensáveis ou impossíveis sem a existência dele. Em tempos recentes, têm surgido várias propostas no sentido de tornar o movimento da globalização alternativa mais afirmativo e vinculativo em termos de iniciativas mundiais. Algumas delas confinam-se aos movimentos e organizações sociais. É o caso da proposta recentemente feita pelo vice-presidente da Bolívia, o grande intelectual-ativistagovernante Álvaro Garcia Liñera, de se criar uma Internacional dos MovimentosSociais. Outras propostas visam a superar a divisão entre movimentos e partidos progressistas. É o caso da proposta, também recente, do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de se criar a Quinta Internacional, congregando os partidos de esquerda em nível mundial.

JB: Uma frase sobre a volta do FSM à sua origem, Porto Alegre.

BSS: Agora que estamos entrando em período eleitoral na região, oxalá o FSM devolva a Porto Alegre e ao Rio Grande do Sul a esperança progressista que a cidade e o estado deram ao mundo nos primeiros anos da década passada. O espírito de Porto Alegre não poderá continuar a irradiar no mundo se tiver desertado de Porto Alegre.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Hagamos un Trato - Benedetti

Há poucos dias, faleceu Mario Benedetti: uruguaio, poeta, de esquerda, militante Tupamaro. Abaixo, um de seus poemas.


HAGAMOS UN TRATO

Compañera
usted sabe
que puede contar
conmigo
no hasta dos
o hasta diez
sino contar
conmigo

si alguna vez
advierte
que la miro a los ojos
y una veta de amor
reconoce en los míos
no alerte sus fusiles
ni piense qué delirio
a pesar de la veta
o tal vez porque existe
usted puede contar
conmigo

si otras veces
me encuentra
huraño sin motivo
no piense qué flojera
igual puede contar
conmigo

pero hagamos un trato
yo quisiera contar
con usted
es tan lindo
saber que usted existe
uno se siente vivo
y cuando digo esto
quiero decir contar
aunque sea hasta dos
aunque sea hasta cinco
no ya para que acuda
presurosa en mi auxilio
sino para saber
a ciencia cierta
que usted sabe que puede
contar conmigo

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

o critério básico de Adão Preto


Adão Pretto não era o parlamentar padrão, que conhecemos. Não gostava da tribuna. Mas estava presente em todas as lutas sociais que se realizaram nesses últimos vinte anos. E as fazia repercutir no parlamento, na forma de leis ou de denúncia. Sempre o mesmo. Simples. Com uma coerência impressionante. Nunca titubeou. O critério básico que usava em sua vida e na participação política, era se perguntar, o que interessa aos trabalhadores? E independente de tudo, os defendia. Tambem, deu exemplo na sua forma de fazer campanha política. Nunca aceitou receber nenhum centavo de ajuda financeira de nenhuma empresa. Por mais que seus colegas debochassem de perder oportunidades de receber polpudas ajudas das Aracruzes, Vales, e outros corruptores.

fragmento de texto de João Pedro Stédile

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Sport Club Internacional: uma história em disputa


No ano do centenário do glorioso colorado, a imprensa e o próprio clube repetem a versão “oficial” sobre sua origem: o nome teria sido escolhido pelo fato de alguns de seus fundadores terem jogado em um time chamado Internacional(1), em São Paulo; a cor, pela simpatia da maioria deles pelo bloco de carnaval de rua (os Venezianos). O Indo na Couve não corrobora esta versão; leia o texto abaixo, do historiador Rubim Aquino(2), e entenda o porquê.

"Você sabia que somente no Brasil existem cerca de doze clubes de futebol com o nome de Internacional? E se lhe dissermos que esses clubes surgiram no início do século XX e que quase todos eles têm a camisa vermelha?


A sua curiosidade aumentou, não?


De todos esses clubes, o mais conhecido é o Internacional de Porto Alegre, chamado de colorado, para não popularizar a palavra vermelho!


Será do seu conhecimento que a Internacional de Milão, durante o governo fascista de Benito Mussolini, teve de mudar o nome para Ambroziana e trocar o vermelho da camisa pela cor preta que era a usada nos uniformes do Partido Fascista?


Em Portugal, durante a ditadura fascista de Oliveira Salazar, não se podia dizer que a camisa do Benfica era vermelha. Toda a imprensa recebeu ordens expressas de somente se referir à camisa do Benfica usando as expressões grená e encarnada.


Será que você ainda não descobriu por que a preferência ou restrições a respeito da cor vermelha e pela palavra internacional?


A resposta é simples!


Foi que no início do século atual as idéias socialistas começavam a se popularizar e desde o século XIX o vermelho tornou-se o símbolo da revolução socialista! Além do mais, a necessidade de melhor organizar o movimento operário – Marx inclusive havia lançado a idéia da união revolucionária: “Proletários de todo o mundo, uni-vos!” – resultou na Associação Internacional dos Trabalhadores, ou simplesmente Internacional."

1 Mesmo que o Internacional de São Paulo tenha influenciado, isso não nega a influência do movimento internacionalista: é evidentemente grande a possibilidade de o clube de São Paulo ter sido influenciado por essa idéias. Inclusive, há relatos de que os conceitos democráticos avançados para a época e que apareceram desde a fundação do Inter existiam também no clube paulista.
2 AQUINO, Rubim Santos Leão de. Fazendo a história: a Europa e a América no século XX. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1986.
CRÉDITO IMAGEM: Comunidade "Internacional Socialista" (orkut)