terça-feira, 3 de julho de 2007

O Pan é do Rio, mas a conta é do Brasil

Esse texto do Azenha, publicado no Vi o Mundo, além de ter bom conteúdo é bastante engraçado...
Quando ele fala que precisamos de um tempo, lembrei das últimas vezes em que ouvi a programação esportiva da Rádio Gaúcha: sempre que se falava na Copa America, não demorava 30 segundos para começarem a bater no Chávez... Impressionante! Nem em programa teoricamente "ligth" a gente tem um tempo, mesmo!
Bom, aí vai o texto do Azenha:
(Todt)

Essa história de Pan do Brasil foi inventada no mesmo laboratório que agora trabalha na frase "Renan Calheiros, ministro da Justiça de um governo anterior".

As Olimpíadas foram em Barcelona, em Los Angeles, em Atenas.

O Pan foi em Indianápolis, Havana, Santo Domingo.

O Pan 2007 é no Rio de Janeiro.

É o Pan do Rio, mas quem paga a conta é todo o Brasil.

Eu preferiria ver o dinheiro investido em obras sociais.

Nas escolas que poderiam evitar a calamidade em que a violência mergulhou o Rio.

Quando eu fico pensando que o dinheiro de meus impostos pode financiar o estádio do Fluminense...

Sim, porque assim que terminar o Pan deve haver - se entendi direito as notícias - a 'privatização' do Maracanã e do Engenhão.

Eu sou pela livre iniciativa, desde que ela não mame nas tetas do Estado.

Acho que a livre iniciativa venceu em São Paulo, onde o Santos, o Palmeiras, o São Paulo FC e a Portuguesa construíram seus próprios estádios.

Qualé a de dar um estádio construído com o meu, o seu, o nosso dinheiro para o Flamengo ou o Botafogo?

O Botafogo não é aquele clube que vendeu o estádio para a construção de um shopping center?

Mas para que não pensem que isso é reclamação de paulista, mudo de cidade.

Eu também sou contra que se privatize o Pacaembu ou que o estádio seja entregue para 'administração' do Corínthians, por exemplo.

Quando um clube forma um craque e o vende por milhões de reais para a Espanha não recebo em casa um cheque com a minha "participação" no negócio.

Qual é o motivo de entregar o patrimônio público "de grátis" para um clube?

Por fim, não exageremos com esse tal de Pan.

Espero que a equipe de produção seja melhor do que a que criou a novela dos "mil gols do Romário".

Rogo que nos poupem das referências aos atletas de Cuba como "escravos" de Fidel Castro, gerados em alguma máquina de fazer atletas.

Também são dispensáveis as referências ao comportamento "ostensivo-agressivo" da delegação da Venezuela.

Será que dá para dar um descanso?

A gente precisa de um descanso, pelo amor de Deus.

Será que a ABERT vai colar um cartaz contra a classificação indicativa nas costas de um nadador brasileiro?

Será que o Marcel Granier, da emissora golpista RCTV, vai ser chamado para dar o pontapé inicial em uma partida de futebol?

Será que vão colar um cartaz contra as cotas raciais nas costas da Daiane dos Santos?

Geneticamente a Daiane é mais européia do que africana.

Segundo exame de DNA feito pelo doutor Sérgio "Não Somos Racistas" Pena, da UFMG, a Daiane tem 40,8% de ancestralidade européia, 39,7% africana e 19,6% ameríndia.

O Pan não é uma Brastemp.

A gente sabe que os Estados Unidos não mandam seus principais atletas, nem os sub.

Eles mandam os sub dos sub.

Fiquei sabendo que o Robert Zoelick (agora no Banco Mundial) vem na equipe americana de triatlo.

Publicado em 3 de julho de 2007

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